Eis a passagem bíblica que serviu de referência para o texto lido pelo grupo...
Naquele tempo todos os povos falavam uma língua só, todos usavam as mesmas palavras.
Alguns partiram do Oriente e chegaram a uma planície em Sinar, onde ficaram morando.
Um dia disseram uns aos outros: —Vamos, pessoal! Vamos fazer tijolos queimados! Assim, eles tinham tijolos para construir, em vez de pedras, e usavam piche, em vez de massa de pedreiro.
Aí disseram: —Agora vamos construir uma cidade que tenha uma torre que chegue até o céu. Assim ficaremos famosos e não seremos espalhados pelo mundo inteiro.
Então o SENHOR desceu para ver a cidade e a torre que aquela gente estava construindo.
O SENHOR disse assim: —Essa gente é um povo só, e todos falam uma só língua. Isso que eles estão fazendo é apenas o começo. Logo serão capazes de fazer o que quiserem.
Vamos descer e atrapalhar a língua que eles falam, a fim de que um não entenda o que o outro está dizendo.
Assim, o SENHOR os espalhou pelo mundo inteiro, e eles pararam de construir a cidade.
A cidade recebeu o nome de Babel, pois ali o SENHOR atrapalhou a língua falada por todos os moradores da terra e dali os espalhou pelo mundo inteiro.
Gênesis 11: 1 a 9 (NOVA TRADUÇÃO LINGUAGEM DE HOJE)
Olhar para o texto inspirador me fez refletir em alguns pontos:
- o perigo da unicidade;
- o perigo da ação, da construção objetivando a autopromoção ou a afirmação de poder;
- o perigo do aliciamento e da conseqüente sujeição ao poder.
Entre tantos outros perigos dos homens (com h minúsculo) é preciso cuidar para que o mesmo anseio de poder presente no desejo da unicidade, não seja o pano de fundo da suposta valorização das diferenças. É preciso cuidar para que ao expor o outro como diferente de mim (e a partir de mim) não estejamos expondo suas fragilidades para que o EU se sinta fortalecido. Sim, o PODER esse mal de tanto tempo que constrói torres, navios, manicômios, instituições, classes especiais, carteiras no fundo das salas...... em nome das diferenças, mas que na verdade busca a unicidade da normalidade objetivando (por que não ?) um poder divino de separar, de categorizar.
Para ver o OUTRO como alguém que não sou EU é preciso HABITAR BABEL BABELICAMENTE... isso implica residir e experimentar as diferenças, sendo que na maioria das vezes posso não ser compreendida e não compreender, pois não sou traduzível e portanto não posso traduzir. Não cabe ao EU construir, representar ou governar o OUTRO, cabe a cada um habitar com o outro (como OUTRO) nessa BABEL.
Loide