20 de jun. de 2009

Tecnologias do Eu e Educação

Lendo e refletindo sobre o texto pude fazer uma relação com o livro - Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, quando diz: “Ensinar exige apreensão da realidade”

“... Outro saber fundamental à experiência educativa é o que diz respeito à sua natureza. Como professor preciso me mover com clareza na minha prática. Preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro no meu próprio desempenho.”
“O melhor ponto de partida para estas reflexões é a inconclusão do ser humano que se tornou consciente. Como vimos, aí radica a educabilidade bem como a nossa inserção num permanente movimento de busca em que, curiosos e indagadores, não apenas nos damos conta das coisas, mas também delas podemos ter um conhecimento cabal. A capacidade de aprender, não apenas para nos adaptar mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a...”
A educação não deve ser vista como algo estanque, mas sim algo em constante movimento, tanto dos educandos como dos educadores, todos devem estar envolvidos neste processo em construção.
O outro na sua casa;
O outro no seu trabalho;
O outro na comunidade;
O outro na cultura;
Enfim, o outro em mim.

Afinal, quantos outros somos? Ou quantos outros, nos precisamos ter ou nos pertencem para a nossa existência?
A leitura do texto “O outro hoje: uma ausência permanentemente presente” de Fernando González Placer, me fez refletir sobre os vários ângulos do sujeito “O outro”. O outro que é tomado de acordo com os princípios e concepção de cada um, por isso, a complexidade do tema.
Tema este que estou tomada por uma constante reflexão, no “eu” e no “outro”.
Enquanto reflito sobre “o outro” mergulho no texto do Jorge Larrosa “ Tecnologia do Eu e Educação” . Este texto nos convida, a nos observar e a nos ver... assunto tão complexo, mas implicante para um leitor que se encontra no centro das discussões sobre a Educação.
No decorrer do texto o autor menciona que “pensar sobre Educação implica construir uma determinada auto-consciência pessoal e profissional que sirva de princípios para a prática, de critérios para a crítica e a transformação da prática, e de base para a auto- identificação do professor ”
Pretendo tomar esta figura do professor citado no texto para todos os agentes da Educação, e não apenas na figura única do “teacher”.
Sendo assim, a Tecnologia do Eu e Educação, nos convoca para uma análise da relação do Eu com a Educação, na sua “biopolítica”, na reflexão mútua, no fazer juntos, e não no fazer para o outro ou se fazer do outro...Mas de uma transformação da sua própria subjetividade.
Reconhecer a própria subjetividade e a partir dela, fazer a Educação, é um exercício de articulação do seu saber construído com o saber do outro, com o saber local... e ainda acrescido com as reflexões propiciadas no texto do Bauman “ Tempo e Espaço”.
Enfim, Fazer Educação, falando do "outro" e ser o sujeito da Educação, é possível nos tempos de hoje?