5 de mai. de 2009

"Pensar si barandilla"

A verdade que defende o perfil único de sujeito universal conforta na medida em que é reafirmada pelos seres que dela compactuam. O inverso ocorre com aqueles que dela se desprendem. O resultado desse desprendimento pode ser o vazio e o desconforto de quem já não possui certezas e decidiu trilhar os caminhos incertos e cambiantes da modernidade líquida.

Esse possível vazio resultante do abandono da âncora (aquilo que segura e enrijece), presente mesmo que sutilmente nos assombros do nosso “museu imaginário das diferenças”, talvez possa ser reconstruído/preenchido na medida em que, mergulhados no fluido, no novo, tomarmos como alavanca (aquilo que impulsiona) princípios e valores como a solidariedade, o acolhimento, a hospitalidade, em ações flexíveis, criativas, responsáveis, disponíveis ao questionamento daquele que pensa sem “barandilla”, não importando se esse questionar tenha a sua originem em um estudante, em um educador ou em um membro qualquer da comunidade.

Que o pensamento pautado em elementos que defendem a escola para todos, permita-nos atuar de maneira a considerar as reais necessidades dos atores desse cenário, por meio de uma prática consciente de que já não é preciso reconhecer, respeitar ou tolerar as diferenças, mas sim, permitir que elas possam emergir e interagir nas nossas relações, cabendo-nos estar atentos para que sejamos capazes de descobrir, desconstruir e colocar em avaliação também as nossas ações e não mais apenas a dos estudantes. Atentar-nos de que a diferença difere, surpreende e de que os sujeitos, todos eles, são enigmáticos.
Vamos aprender a decifrar os sujeitos concretos, encarnados?