10 de mai. de 2009

Nós, os seres humanos


"Es tiempo de atender a las diferencias"..."Reconhecer la frgamentación"


A linguagem é uma característica que nos difere de qualquer outro ser vivo. Penso que as diferenças entre nós também...Nesse sentido, o que chamo de diferenças? São particularidades, modos de pensar, agir, viver, sobreviver de cada um. Não penso prioritariamente em diferenças físicas...Penso nas diferenças de nossas subjetividades. Viver em sociedade, não é um viver único geral...É um viver fragmentado...Fragmentado pelas nossas particularidades, por nosso "pensar", por nosso agir. Quando tentamos uniformizar este pensar-agir, ignoramos a essência da subjetividade, esquecemos que somos os seres vivos mais "complexos" já existentes nesse Planeta...

DEL SUJETO A LA SUBJETIVIDAD


"Pensar sin barandilla"

Esta imagem mostra uma ruptura, um corte que é o que o texto propõe ao nos mostrar que não podemos estar presos a verdades únicas, que precisamos aprender a conviver com sujeitos concretos, diferentes dos que idealizamos, que nos leva a sair da situação de meros expectadores para uma situação de autores do nosso próprio destino, envolvidos numa situação de fragilidade, de relação humana que nos oferece a oportunidade de conservar nossas crenças ou inovar e transformar o que somos e o que acreditamos?

TIEMPO DE FRAGILIDAD



“Por supuesto la identidad lograda por médio de La narración ES frágil y de uma estabilidad inestable, pero, como decía Hans Jonas, lo frágil es, precisamente, aquello de lo que, sobre todo, somos responsables”

O apóstolo Paulo parece conhecer bem as fragilidades e o “poder fraqueza” decorrente nesta situação um tanto paradoxal. Em sua segunda carta aos coríntios ele diz: “Porque, quando sou fraco, estão, é que sou forte.”

Viver as diferenças significa viver sem “barandillas”. Mostrar-se fragilizado diante do OUTRO. Ao colocarmos nossos “corrimãos” de apoio em nossa própria força, não podemos nos esvaziar de nós mesmos, de nossos pré-conceitos, de nosso desejo de compreender e classificar o OUTRO.

Com medo de demonstrar nossa fragilidade diante do OUTRO enigmático, nos apoiamos nas descrições prévias de sujeito universal, assim não precisamos encarar o sujeito encarnado, aquele que está bem na nossa frente, que tem nome.

Se não admitirmos nossa fragilidade diante do OUTRO, nossa proximidade não será possível, pois esta acentua as diferenças e elas se tornam assustadoras e ameaçadoras do nosso poder, da nossa força.

Viver em tempo de fragilidade é saber viver com a permanente sensação de falta de controle diante da complexidade do encontro com o OUTRO. Mas viver na própria força é sempre ter a necessidade de reapropriar-se de algo, do OUTRO. Viver na fragilidade é saber viver na angústia de não saber tudo, de não poder tudo.

Viver em tempo de fragilidade é conviver com o “temor diante de riscos que escapam a nosso controle”. Sentimos-nos frágeis, pois parece que perdemos as respostas nas quais geralmente nos apoiávamos, nossas “barandillas”. Temos a sensação “...em pé em meio de uma montanha de escombros dos pilares das verdades mais conhecidas”...

Mas, quando sou fraco, então é que sou forte! Sim, pois reconheço que minha fortaleza não vem de mim mesmo, das minhas certezas. Vem sim do reconhecimento de minha fragilidade diante do OUTRO das situações que nos colocamos com esse OUTRO. Como afirma Fina Burles, “toda ação cai em uma trama já existente de relações humanas” e isso se mostra sempre frágil e incerto. E é no meio dessa trama, dessa fragilidade que construímos nosso viver com as diferenças.

Caminho de transformação

Pois é, cá estamos nós, nesse meio, nesse mundo, descobrindo, nos mobilizando á favor do encontro com a diferença.Isso é fantástico pois faz parte de cada um de nós, indiscutivelmemte assumirmos, observarmos, percebermos as diferenças contidas em cada identidade com a qual nos deparamos ao longo da vida, bem como com a nossa, que nesse percurso vai exercendo sua transitoriedade.Hoje, sincerramente, ao pensar na chamada escola para TODOS, por mais difícil que seja essa reflexão e essa prática não consigo deixar de sentir que isso é plenamente possível, fácil não, porém desestabilizador e por isso mesmo transformador.Obviamente, no meio do percurso poderiamos nos encontrar em crise mas só esse caminhar já valeria a pena.