10 de jun. de 2009

Tecnologias do Eu e da Educação


O trabalho do grupo ATRAMI ( Atenção Transdisciplinar Materno Infantil) segue a Filosofia da Educação Foucautiana, onde tenta-se oferecer ferramentas teóricas para pensar de outro modo, deixando de lado o conteúdo concreto e cuja a única condição é que sejam práticas pedagógicas, nas quais o importante não é que se aprenda algo "exterior", mas que elabore e reelabore alguma forma de relação reflexiva do educando consigo mesmo.   São práticas reflexivas e voluntárias através das quais as disciplinas fixam suas condutas e se transformam e modificam seu conteúdo singular em algo compartilhado. Isto é pensar na Transdisciplinaridade, onde as práticas profissionais constroem e medeiam a relação do sujeito consigo mesmo, levando `a práticas que fomentam a auto reflexão crítica de si e os constituem em seu funcionamento, constituída de forma temporal cuja a continuidade e descontinuidade no tempo é implícita a uma trama.

Acredito que seja uma grande definição de olhar Transdisciplinar que na sua dimensão prática estabelece o que o sujeito pode e deve fazer consigo mesmo.

Reducionismo e simplificação

O texto me faz refletir sobre o reducionismo e simplificação que fomos submetidos. A produção de cartilhas pode ser um exemplo disso. Esse reducionismo pedagógico tem raízes muito fortes e antigas.
Me questiono se a escola estará preparada para romper essas raízes e valorizar as ações de suas crianças, enquanto experiência vivida, e ao mesmo tempo estará metodologicamente capacitada para transformá-la em um objeto científico?Como fará para aproximar os sistemas de significação das crianças dos sistemas formais?Os líderes, que controlam as políticas públicas, suportarão, no contexto do complexo jogo de interesses envolvidos nesta questão, as consequencias dessas transformações?Estamos prontos para analisar o fracasso escolar de uma forma original e válida?
Mas, cedo ou tarde, se terá de enfrentar o caráter único da prática pedagógica, uma vez que esta resulta de uma interação professor-aluno, cuja qualidade e riqueza não podem ser programadas de véspera, nem facilitadas por um manual, apesar de suas promessas...
É preciso reconhecer uma outra forma de conceber o ser humano e o sentido de suas realizações.