6 de jun. de 2009

Pontes...



Vamos mergulhar no fluxo da construção do conhecimento que poderá nos ajudar a viver melhor?




A ponte

Vamos aprender com Lenine a atravessar os conhecimentos detidos pelas disciplinas!?!
A Ponte

Composição: Lenine
Como é que faz pra lavar a roupa? Vai na fonte, vai na fonte. Como é que faz pra raiar o dia? No horizonte, no horizonte. Este lugar é uma maravilha. Mas como é que faz pra sair da ilha? Pela ponte, pela ponte. A ponte não é de concreto, não é de ferro, não é de cimento. A ponte é até onde vai o meu pensamento. A ponte não é para ir nem pra voltar. A ponte é somente pra atravessar. Caminhar sobre as águas desse momento. A ponte nem tem que sair do lugar. Aponte pra onde quiser. A ponte é o abraço do braço do mar com a mão da maré. A ponte não é para ir nem pra voltar. A ponte é somente pra atravessar. Caminhar sobre as águas desse momento. Eu já atravessei a ponte do Paraguai, um filme inspirou a ponte-do-rio-que-cai. É sucesso em Campinas e na voz dos racionais. Mas, a ponte da capital é demais! Projetada pra aproximar o centro, São Sebastião, o lago e o paranoá. Desafogar o tráfego na região, visitantes de chegada nova opção, fique ligado, acompanhe passo-a-passo, condomínios luxuosos por todos os lados, o congresso e o planalto colados, aqueles barracos ali ó, vão ser retirados. A ponte é luxo, nada em mono só estéreo, mil e duzentos metros, louco visual aéreo. Quem sobe é só pra regular a antena, reforce as pontes safena. A ponte começou depois, mas terminou bem antes que as obras do metrô. Quem mora fora do avião, bate palma, aplaude, apóia, pede diversão. A ponte é muito, muito iluminada. O pôr-do-sol numa visão privilegiada! O povo que passa vê nela algo místico. A ponte virou ponto turístico. Esse lugar é uma maravilha, no horizonte, no horizonte. A ponte é um vai-e-vem de doutor, tem ambulante, tem camelô. Olha pra baixo vejo jet-ski e altos barcos. Olha pra cima lá estão os felizardos. A ponte saiu do papel virou realidade. Novo cartão postal da cidade. Um quer transformar em patrimônio mundial, outro num inquérito policial. Então, então, então na sua opinião Lenine, tá tudo normal ou existe crime? Se souber um caminho de rocha me aponte, (Lenine: Vai na fonte, vai na fonte!). A ponte simboliza união, no nosso caso Brasília e sertão.(Lenine: a ponte não de concreto, não é de ferro, não é cimento!). É do vermelho, é do azul, é de cada elemento! Leva o nome de JK, que transferiu a capital do litoral pra cá. Ah! Lenine peço mais um favor. Conte a origem desse negro que se apresentou!(Lenine: nagô,nagô, na golden gate).(Lenine: Quem Foi?) O projeto é do arquiteto Alexandre Chan. (Lenine: pagaram??)Todas as contas foram aprovadas pelo TCU (Lenine: me diz quanto foi?!)Cento e sessenta e quatro milhões de reais!

Novo, novamente


O texto de Julia Varela me fez retomar, imediatamente, escritos de Edgar Morin.
Como desconstruir o ensino para que ele promova a articulação entre a vida e as produções intelectuais? Como recuperar a ideia de que o conhecimento é tecido na medida em que os antagonismos se entrecruzam, as contradições se intensificam e nos afastamos do consenso?
Estudos acerca do pensamento complexo, entendido como aquilo que é tecido em conjunto, consideram o homem enquanto ser que cria e recria a cultura e recuperam as bases que o afirma como aquele que está inscrito em uma ordem biológica, natural, da natureza. O homem que se comunica, constrói simbolizações, representações, consideravelmente sistemático, passa também a ser entendido como louco, descontrolado, enigmático.
Morin nos convida a uma educação que possibilite juntar coisas que aparentemente estão separadas em uma dinâmica recursiva, líquida, fluida, circular e não mais fragmentada, separada. O pensamento complexo se opõe à ideia de separação, fragmentação.
A disponibilização do conhecimento ao questionamento, à reflexão, faz dele novo, novamente. A parte está no todo e o todo está na parte. O todo nunca será igual à soma das partes. Ele é sempre mais. Ele é aberto.
É possível romper com a ideia de que a ciência é superior à arte, à literatura, à vida? O que fazer com a base enraizada que afirma a ciência por meio de uma razão fechada em si mesma, considerada ídolo sobre ela mesma?
Reaprender a pensar é preciso!
Estamos dispostos a fazer do ensino uma possibilidade de atravessar as disciplinas, quebrar as barreiras, muralhas que separam e reafirmam territórios? Desejamos integrar saberes livres das hierarquizações?
É momento de religar o que foi desligado.
Como fazer isto? Como romper com a distribuição do ensino em disciplinas constituídas de saberes voltados para eles mesmos?
O que faremos com os pontos de vista verdadeiros? Quando passaremos a percorrer caminhos que nos levem à construção de meta pontos de vista?
A ousadia e a criatividade do novo devem ser crivadas pela ideia de incerteza. Para fazer o novo ensinar é preciso assumir as implicações da recusa, das relações de tensão que se revelam nos canais de comunicação e promover o diálogo entre o que é oposto.