15 de mai. de 2009


Quem é este Sujeito Enunciado? É ele um sujeito exposto, que caminha entre aquilo que o compõe e aquilo que lhe falta?
Pois sim, também aquilo que não está nele contribui para fazê-lo ser quem é.
Nos questionamentos sobre a subjetividade, sobre o ser, sobre o eu e o outro, está a apresentação das diferentes correntes teóricas e suas concepções relativas à 1º e 3º pessoa. Pois bem... e entre elas está a 2º pessoa.
Essa pessoa que o auxilia a se reconhecer como tal, nesse diálogo entre o eu e o outro... entre o ser e o estar. A 2º pessoa pode ser aquele outro que está lá, ou aquele outro que se vê lá, pois cada olhar tem seu prisma particular, seu contorno da imagem.
Da Vinci, ao compor sua imagem do Homem Vitruviano, concebia (ou a nós foi dito que assim o é) a imagem do corpo perfeito, das medidas perfeitas, reforçando o que a Estética nos ensina sobre o belo como aquilo que é “simetricamente equilibrado”.
Mas cada um que se depara com essa imagem a concebe de uma forma. Pode-se observá-la como uma obra autêntica de uma mente genial, ou como um ‘homem de quatro braços e quatro pernas’... pode-se fazer ainda uma releitura de seu original, com alguém diante da Lua, dando-lhe outra cor, outro aspecto, mas preservando sua referência original (como nas imagens aqui postadas). Pode-se também pensar que ela expressa a simbiose dessa relação entre 1º, 2º e 3º pessoa daquilo que se é. Pode-se.
Na experiência subjetiva não são esses padrões que determinam, tanto melhor, não há a necessidade do determinismo, do binarismo, ou das classificações. O que há é simples, é essência, é particular e comunitário ao mesmo tempo.
O belo também é uma experiência subjetiva, daí não lhe cabem as regras e medidas que pretendem universalizar a beleza, modelando-a a padrões classificatórios de uma sociedade cosmopolita.
Pensar sobre a escola para todos é conceber que é ali onde as experiências acontecem e são acessíveis a quem as desejar. Esse estado que está além dos limites físicos ou não que são consagrados pelo desenvolver do pensamento social, onde as vidas se entrelaçam, conectam, desconectam-se entre suas existências, na sua liberdade de agir, de pensar, de estar ou não presente.
Além do Cogito cartesiano, da lógica, do materialismo, das teorias está um lugar onde a existência está essencialmente presente... e é este lugar onde habita o Ser.