27 de abr. de 2009

Fala aí, negrão... uma provocação!


O texto “A produção social da identidade e da diferença” de Tomaz Tadeu da Silva é um dos textos que melhor esclarece a questão da identidade e da diferença. É um texto que tem início, meio e fim, um fim que retoma às colocações iniciais para esclarecer qualquer dúvida que paira no ar.

Sintetizando, o que mais me chamou a atenção é a dependência da definição da identidade e diferença em relação à linguagem e que esta (linguagem), por sua vez, é indeterminada e instável, carrega em si as relações de poder de quem elabora as definições. Essas definições levam em conta um padrão de homem universal, normatizado, artificial. Por conseqüência, o conceito de identidade e diferença também é indeterminado e instável. Não lhe cabe uma definição universal.

Em relação à educação, o autor ressalta a necessidade de ter um currículo que dê oportunidades aos alunos de desenvolverem a capacidade crítica e questionamento dos sistemas e das formas dominantes de representação da identidade e da diferença, que trate a diferença do múltiplo como um processo, uma operação, uma ação, um movimento.

Deixo uma questão que ficou “martelando” na minha cabeça... ao ler o exemplo do uso da palavra “negrão” e a explicação de que esta reforça negatividade atribuída à identidade “negra”, fiquei pensando se o mesmo não acontece com a palavra “deficiente”...

Identidade de identidades

Vivemos diante de grandes desafios, entre eles o da globalização, e, ao mesmo tempo, muitos ainda buscam um elemento único para tentar resolver questões que as desafiam.
Na educação é muito forte a tendência em buscar esse elemento único que explique a totalidade. Será a crença em uma identidade única?
Por outro lado, encontramos aqueles que reconhecem os grandes desafios e vê neles o aspecto da mudança, da diferença, do conflito, sendo que num sentido dialético algo pode ser e não ser o mesmo, exatamente porque está em mudança.
O texto de Tomaz Tadeu da Silva nos coloca diante dessas questões. A identidade é construída pela pessoa, mas também é atribuída a ela. Quando ouvimos alguém falando, numa palestra, conferência ou debate, é atribuída a ela outras identidades. Mediante um conceito, recebe uma identidade. Nesses casos, a mobilidade da idenidade, é de fato inescapável.
A identidade é inevitavelmente frágil?