25 de mar. de 2009

O condomínio e a escola

Me identifiquei muito com o texto de Baumam, principalmente quando ele nos fala do condomínio que está sendo projetado. Já morei em condomínio e tenho horror de pensar em voltar a morar em condomínionovamente. Eu achava as pessoas intrometidas, sempre fazendo comentários sobre o horario que fulano chegou, o carro que o vizinho comprou, etc. No início da leitura me imaginei um monstro que não conseguiu viver com outras pessoas, depois , durante a leitura entendi que é necessário vestir a máscara da civilidade para convivermos com outros sem sobrecarrega-los com nosso peso. Acredito que as pessoas do condomínio que eu morava não vestiam suas máscaras e talvez nem eu mesma. Esse condomínio tornou-se um espaço antropofógico, um lugar que devora as pessoas de modo a transformá-los idênticos uns aos outros para poder viver juntos.
Pensando sobre a escola acabei idenficando a mesma situação do condomínio, um lugar que já não se usa mais a máscara da civilidade e que simplesmente devora os alunos transformando-os todos iguais, uma ''escola de vidro''. Temos hoje uma escola que transforma o aluno em sujeito universal, e é exatamente o contrário, as peculiaridades e as diferenças é o que definem o sujeito. Tratar diferentemente as pessoas pode enfatizar suas diferenças,porém, tratar igualmente os diferentes pode esconder suas especificidades.
Temos que nos exercitar a conviver com o outro, com o forasteiro , sempre com nossas tendas abertas e de pés descalços...