8 de mar. de 2009

Para que compreender o outro?


O primeiro capítulo do livro, ao trazer um sumário de cada um dos capítulos do livro, nos dá a dimensão do que quanto o tema é complexo e o quanto é difícil compreender a relação do outro, outridade, sem cair na relação dualista que acaba por fazer as comparações entre eu e o outro, tendo sempre o eu ou um padrão definido pela sociedade como referencial: o aluno “modelo”, a família nuclear, o mulher modelo, o homem bem-sucedido. Deixar o outro ser o outro. Não se define o que é ser o outro. É simplesmente ser o outro para não incorrer o risco de tornar a existência do outro apenas o que se tem em comum com o eu e desconsiderar o ser integral que é o outro.


“o que se quer, ao compreender (o outro), é converter o passado em presente, o distante em próximo, o estranho em familiar, o outro nele próprio, o externo em interno, o que não é seu em seu (...) Aquilo que ele compreende o faz melhor: mais culto, mais sensível, mais inteligente, mais rico, cheio, maior, mais alto, mais maduro.” (pg. 19)

A pluralização dos seres?

“Babilônios somos” faz surgir algumas dúvidas...

A necessidade que o homem tem de dominação, de pertencer a um grupo, de identificação com um plural, seja na língua, nas tradições, nos ideais ou em qualquer que seja o ponto, faz com que se pluralize dentro da singularidade de um grupo tornando-se uns.

E os demais, o que seriam? Os “outros”? De repente os “outros” então seriam os singulares com identificações plurais entre si?

Além do mais se reflete que as políticas dominadoras transformam suas verdades como únicas e discursam a recepção desses “outros” em suas comunidades, discutem uma forma de dominá-los para que possam viver em suas sociedades. E para que? Fica essa questão.

Estarão os homens preocupando-se com as necessidades dos “outros”? Ou necessita-se aumentar o número de “outros”? Ou então, será que os “outros” querem juntar-se e tornassem um? Será tudo isso junto? Ou nada disso tem haver? E continua-se a refletir sobre...

Babilônios...no século XXI

"Babel é um sintoma do que nos acontece, nos inquieta e nos dá no que pensar no que de confusão e dispersão existe em nós mesmos".
Olhamos para a realidade em que vivemos e percebemos-nos todos babélicos. Queremos construir um mundo melhor, saúde melhor, educação melhor, ... e o que percebemos é o caos em que vivemos, somos e existimos.
Os professores, enquanto profissionais do humano conscientizam-se de sua identidade profissional, ser professor no século XXI é ser babélico, é ser alguém que acima de tudo seja capaz de relacionar-se consigo mesmo, com os outros e com a singularidade do outro, atento e respeitoso à diversidade.
Este comportamento exige crítica e reflexão do professor, desejo de reconstrução do Humano, exaltar a educação dos sentimentos tão quebrados, do amos e dos valores. Como forma de ajudar a "refazer a Unidade" do humano, para que aprenda a ser, para que se encontrem a si próprios, aprendam a ser solidários e a se respeitarem uns aos outros.

Aluna especial: Dirce Trainoti

Princípio da incerteza

Assim que iniciei a leitura do texto "Babilônios Somos" senti-me tomado por uma proposta de leitura voltada para o itinerário mítico e isso me fez lembrar do princípio da incerteza que está presente na noção de complexidade apresentada por Edgar Morin. Ele diz que qualquer problema do homem, do sujeito, só pode ser entendido à medida em que a gente pressupõe os dois itinerários formativos de sujeito: o racional, lógico e o mágico, imaginário, mítico. E é nessa convergência que o sujeito se constrói.
Discorrer sobre babilônios que somos, coloca-nos diante da distinção do estado racional e do estado poético. Racional no sentido de estarmos reproduzindo as regras de cultura. Poético no sentido de libertário e nós tendemos a trabalhá-lo pouco, mesmo porque o sujeito vive muito mais "tranquilo" no racional do que no poético.
Quero dizer que a leitura do texto, nos coloca no estado poético ao nos envolver no mito bíblico de Babel e com facilidade me senti dentro do próprio mito à medida em que me deparava com tantas questões. Fui tomado pela confusão babilônica. Essa confusão vai se configurando conforme Jorge Larrosa e Carlos Skliar vai apresentando outros autores citados e assim se colocam a pensar novas dinâmicas de identidade e liberdade, sempre em relação à condição babilônica.
Na minha compreensão, o sujeito é mutante diante da vida que muda a cada instante. Por isso, o que dizer do outro? Ou, o que dizer de si mesmo? Assim que digo algo, esse sujeito, "o outro" ou "eu mesmo" já mudou. Então, o sujeito não pode ser definido, enquadrado? Se pensarmos quer pode, como definir se, ao terminarmos de interpretar, analisar ou fazer qualquer tipo de apreciação, isso já está desatualizado?
Parece-me que o sujeito é incapturável, ou seja, tudo que se diz a respeito dele, já se torna incompleto. Quando afirmo a diferença, já não é mais como afirmei.
Penso que para mim o texto mostrou a importância de ousar sair das competências disciplinares, de seu domínio, para refletir sobre os problemas do mundo. Penso ser importante ter obsessão pelo erro e pela verdade, porque é isso que a incerteza.
Todos nós que transitamos por aí, saímos de nossas competências disciplinares e nos tornamos incertos na vida, na subjetividade, no conhecimento, na razão, na poesia, no amor.

Santa Babilônia

Necessidade de compreender,organizar,controlar...se não, como explicar!

O homem não sabe viver com o que foge ao seu domínio,não suporta viver o desconhecido!

Incrivel Babilonia,Santa Babilonia! Somos sim,constantemente, somos babilonicos... Só assim temos desequilibrios e buscamos equilibrios, só assim crescemos e evoluímos!

Agora, tentar explicar,sistematizar,organizar essa suposta "confusão", talvez seja incensatez." O que se quer ao compreender,é converter o passado em presente, o distante em próximo, o estranho em familiar, o outro nele próprio, o externo em interno, o que não é seu em meu... Aquilo que ele compreende o faz melhor..."(p.19). A necessidade do homem de Buscar o belo,o justo, de Ser o belo, o justo; o leva a um padrão por ele estabelecido ,para ele estabelecido, que angustia,que o faz criar refugos como a tolerância.

TOLERAR... o que, quem, como!? Pobre homem... que deixa de ver o homem, de ser o homem... para explicar e tolerar o homem...

Somos diversos,somos singulares!Somos!

Sawabona, cumprimento usado no sul da Africa,quer dizer: " Eu te respeito,eu te valorizo,você é importante para mim" .
Em resposta,as pessoas dizem: Shikoba que é: "Então eu existo pra você"