2 de mai. de 2009

“As máquinas só produzem máquinas. Isto é cada vez mais verdadeiro na medida do aperfeiçoamento das tecnologias virtuais. Num nível maquinal, de imersão na maquinaria, não há mais distinção homem-máquina: a máquina se localiza nas dois lados da interface. Talvez não sejamos mais que espaços pertencentes à ela – homem transformado em realidade virtual da máquina, seu operador, o que corresponde à essência da tela. Há um para além do espelho, mas não para além da tela. As dimensões do próprio tempo confundem-se no tempo real. E a característica de todo e qualquer espaço virtual sendo de estar aí, vazio e logo suscetível de ser preenchido com qualquer coisa, resta entrar, em interação com o “vazio”.”

                                                                                         Jacques Lacan

Não é fácil admitir que vivemos na era do vazio, marcada pelo  individualismo que transforma o “indivíduo” em um ser  des-subjetivado, des-historieizado, fragmentado, homem-máquina possuidor de um hiper-corpo, conectado a uma grande rede virtual, não mais sujeito de si mas sujeitado pela máquina/virtual, afastado do simbólico e preso ao mundo de imagens. Será que é assim que temos que viver na pós modernidade?