Quem é o sujeito professor? Quando leio textos e críticas a esse sujeito não me parece que seja um sujeito...Parece-me que é algo, uma criatura, programável e geralmente não bem programada, pois atualmente suas ações parecem que fazem parte de um repertório falho. Porém essa criatura que "não vem conseguindo dar conta" de sua função, que passa por um sério processo de desvalorização e despropriação do ser, também tem "identidade moral'...Também tem uma "experiência de si mesmo".
Como ser professor nos gera culpa!!! Um dos sentimentos mais presentes e atribuídos a esse sujeito é a culpa. Se o aluno falta, não aprende, se índices satisfatórios não são alcançados...Culpa-se...Esse sujeito professor fica entorpecido por este "poder pastoral", sim, aquele que se culpa e aquele que o culpa "sabem" o que se passa pela cabeça do outro, controlam, fazem com que segredos mais íntimos sejam revelados (pág. 53)...Existe toda uma atividade de convencimento de aquilo que está errado se deve a um sujeito e que esse sujeito sabe disso e deve redimir-se...
Prefiro pensar que viveremos uma época na qual essa culpa, essa redenção será abolida da consciência de todo educador. Prefiro pensar que como sujeitos com experiência de nós mesmos possamos ter consciência pessoal (pág. 50), modificando as ideias sobre nós mesmos e sobre os nossos alunos, sem nos culpar ou culpar o outro em busca de uma "educação para a salvação", mas sim para uma "educação para reflexão".