7 de jun. de 2009
Saberes, poderes, sujeição
A idéia de selecionar, controlar o saber e dosá-lo segundo algum critério vem acompanhando a história e testificando o poder de uns sobre outros.
Em toda a história os sujeitos-sujeitados foram vistos como mero receptores de saberes. Pontos importantes para a Educação como a cooperação e a vinculação do saber escolar com a vida foram se perdendo e ao mesmo tempo o desejo de controle do sujeito aumentando, o que não poderia ser diferente, pois sem a existência dos dois primeiros a única forma de manter os “sujeitos dóceis” seria a disciplina e a punição.
O poder-saber instituído causa a categorização, deixa fora o inominável, escolhe e valoriza alguns saberes e sobre tudo, escolhe alguns “sujeitos face a outros”.
A história é memória. Não para ser contemplada ou esquecida, mas para ser criticada e transformada. Os atores desta história já não existem mais, mas seus discípulos ainda persistem na idéia de sujeição do sujeito. Classificar e categorizar não “saiu de moda”. É certo que se revestiu de novos trajes e hoje talvez se camufle atrás da diversidade, das identidades fixas...sujeitos dóceis, sujeitáveis!A história continua sendo escrita. Nós a estamos escrevendo. Como tem sido nossa participação? Continuamos com nossos saberes e poderes contribuindo para a sujeição do sujeito ou estamos construindo uma escola para TODOS onde saberes e poderes são compartilhados
A sociedade e a "forma" dos sujeitos
Cultura ou Culturas?
"Operários" (1933), de Tarsila do Amaral
Devemos falar de uma só cultura ou de muitas culturas?
Esta imagem nos faz pensar o que enquanto educadores estamos fazendo? Será que realmente refletimos sobre nossa prática?
Será que sabemos que mesmo dentro de um país, há várias culturas que se sobrepõem, coexistindo lado a lado? Na verdade, basta olhar ao nosso redor para sabermos que há muitas culturas dentro de cada país. No caso do Brasil, temos contribuições culturais da colonização pelos portugueses, dos povos indígenas que habitavam estas terras, dos africanos que foram trazidos como escravos, dos imigrantes italianos, alemães, japoneses, coreanos.
O que mantém a unidade, entretanto, entre essas várias culturas é a ocupação de um mesmo território, o uso de uma mesma língua, será? Quando pensamos na diversidade entre as pessoas, as condições sociais e econômicas do nosso País como podemos pensar em Unidade?