3 de mai. de 2009

Del sujeto a la subjetividad

...no hay que exagerar acerca del presente, que si nos resulta tan difícil es porque, entre otras cosas, nos toca vivirlo.
María Zambrano

Neste trecho, podemos refletir nossa prática pedagógica, pois é muito comum nos depararmos ou até mesmo fazermos comentários sobre como está difícil ser educador, que os alunos não são mais como antes... O que nos resta?
Propiciar-nos momento de consciência das dificuldades, ação e reflexão sobre o que fomos, o que somos e o que desejamos ser, enquanto pessoas e educadores, além de ter claro o que temos a oferecer ao outro, se conseguimos aceitar este outro como é. E principalmente se sabemos compreender que é na diferença que podemos crescer.
Acredito ser de suma importância que saibamos que ninguém está pronto e acabado, assim sendo todos são passíveis de mudanças, inclusive nós... Pois na maioria das vezes acreditamos que o outro é quem precisa mudar.
E nós o que fazemos para que a transformação ocorra? Estamos abertos às mudanças, às diferenças ou somos sujeitos que temos nossas crenças, nossos “pré-conceitos” e vivemos uma experiência de unificação e comparação dos seres humanos, apesar de um discurso favorável das diferenças, será que na prática conseguimos fugir das “ciladas” que a sociedade nos proporciona?

Simplismente Narciso!


Ao ler o texto de Fina Birulés me vi fazendo uma releitura do texto de Hall, autores distintos, mas com uma afinidade de idéias muito próximas. Os mesmos consideram a Pós Modernidade como modernidade tardia, discutem os movimentos migratórios e a globalização com a pergunta de quem somos contemporâneos? Como pensar a subjetividade em tempos de globalização em tempos de sociedades pós industriais com um continuo avanço em conhecimento técnico por meio da presença de sistemas abstratos de mecanismos impessoal. Como pensar em subjetividade quando acaso temos perdido também o contato com as raízes da própria modernidade que nos faz cair no plano do
individualismo narcisista? Novamente proponho a releitura do Mito de Narciso !

Zaluzejo

A discussão sobre identidade e diferença me fez pensar sobre o certo, o errado, o mais adequado, o menos adequado... Todos esses posionamentos envoltos por parâmetros, padrões... Certo a partir de que norma? A escolha pelas identidades perpassa essa discussão... Tendemos nós a escolher a identidade mais adequada aos princípios e valores dos grupos com os quais nos identificamos e desejamos fazer parte? A educação pode contribuir para que os sujeitos não desejem incorporar-se à determinados grupos, porque são convencidos de que não são capazes de que o lugar deles é outro na sociedade?
Lembrei-me então de uma canção do grupo “O teatro mágico”.
Partilho com vocês...

“Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.”

Zaluzejo
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli
Ah eu tenho fé em Deus... né?
Tudo que eu peço ele me ouci... né?
Ai quando eu to com algum pobrema eu digo:
Meu Deus! me ajuda que eu to com esse problema!
Ai eu peço muito a Deus... ai eu fecho meus olhos... né?
Meu Deus me ouci na hora que eu peço pra ele, né?
Eu desejo ir embora um dia pra Recife não vou porque tenho medo de avião, de torro...de torroristo ai eu tenho medo né?
Corra tudo bem... se Deus quiser... se deus quiser..."
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho, graxite, vrido, zaluzejo "eu sou uma pessoa muito divertida"
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho, graxite, vrido, zaluzejo "não sei falar direito"
Pigilógico, tauba, cera lítica, sucritcho, graxite, vrido, zaluzejo "não sei falar"
Tomar banho depois que passar roupa mata
Olhar no espelho depois que almoça entorta a boca
E o rádio diz que vai cair avião do céu
Senhora descasada namorando firme pra poder casar de véu
Quando for fazer compras no Gadefour:
Omovedor ajactu, sucritcho, leite dilatado, leite intregal,
Pra chegar na bioténica, rua de parelepídico
Pra ligar da doroviária, telefone cedular
Quando fizer calor e quiser ir pra praia de Cararatatuba, cuidado com o carejangrejo
Tem que ta esbeldi, não pode comer pitz, pra tirar mal hálito toma água do chuveiro
No salão de noite, tem coisa que não sei
Mulé com mulé é lésba e homi com homi é gay
Mas dizem que quem beija os dois é bixcional... só não pode falar nada, quando é baile de carnaval
Pra não ficar prenha e ficar passando mal, copo d'água e pílula de ontemproccional
Homem gosta de mulher que tem fogo o dia inteiro, cheiro no cangote, creme rinsa no cabelo
Pra segurar namorado morrendo de amor escreve o nome num pepino e guarda no refrigelador, na novela das otcho, Torre de papel,
Menina que não é virge, eu vejo casar de véu
Se você se assustar e tiver chilique,cuidado pra não morrer de palaladi cadique
Tenho medo da geladeira, onde a gente guarda yogute, porque no frio da tomada se cair água pode dá cicrutche
To comprando um apartamento e o negócio ta quase no fim
O que na verdade preocupa é o preço do condostim
O sinico lá do prédio, certa vez outro dia me disse:
Que o mundo vai se acaba no ano 2000 é o que diz o acalipse
Tenho medo de tudo que vejo e aparece na televisão
Os preju do Carajundu fugiram em buraco cavado no chão
Torrorista, assassino e bandido, gente que já trouxe muita dor
O que na verdade preocupa é a fuga do seucrostador
Seucrosta quem não tem dinheiro, quem não tem emprego e não tem condução
Documento eu levo na proxeca porque é perigoso carregar na mão
Mas quando alguém te disser ta errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz "e eu sou uma pessoa muito divertida...eles não inventavam nada... eu gostava de inventar as coisa não sei falar direito... inventar uma piada, inventar uma palavra, inventa uma brincadeira... não sei falar me da um golinho... me da um golinho..."
E com muito prazer que eu convido agora todos aqueles que estão ouvindo esta canção
Para entoar em uníssono o cântico: Omovedor, Carejangrejo
Vamos aquecer a nossa voz cantando assim:
Iô,iô,iô. Iô,iô,iô,iô, eu digo:
Omovedor, Carejangrejo, Omovedor, carejangrejo... Omovedor!"omovedor... carejangrejo... só isso que eu sei falar!"

Subjetividade de ser...


A leitura sobre a Subjetividade me trouxe a recordação de um pequeno trecho escrito por Clarice Lispector:

"...É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo... Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,, depende de quando e como você me vê passar. Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre". (Clarice Lispector)


Essa busca por uma identidade fixa, quando na realidade estamos aprendendo que a identidade é móvel, que a relação entre o subjetivo e o objetivo é estreita e interdependente, para que um fator se reconheça no outro... tudo isso também está expresso na citação acima... não há conclusões... ou elas existem de fato?