6 de jul. de 2009

DESCONHECIDO

“O que ainda é desconhecido justifica o poder do conhecimento e inquieta de maneira absoluta sua segurança. O que ainda não sabemos não é outra coisa além do que se deseja medir e anunciar pelo que sabemos, aquilo que se dá como meta, como tarefa e como percurso” Larrosa
O texto de Larrosa mais uma vez nos inquieta, escancara nossas certezas, expõe nossas feridas, mostra o nosso EU fragilizado.
Ao nos mostrar a infância entendido como o OUTRO, o autor desmascara o nosso EU pretensioso e auto investido de poder e nos leva à reflexão e a uma nova forma de olhar para esse OUTRO, uma forma onde a insegurança, a fragilidade, o desconhecimento e a disposição serão nossos melhores companheiros neste encontro. Mas este novo olhar não é nada fácil, pois abala nossa segurança e poder.
Educar na diferença tem sido um grande desafio e exercício na busca por um EU menos dominador, menos conhecedor, menos decifrador do OUTRO. A presença de todas as crianças na escola, suas singularidades, suas irrepetibilidades nos leva ao rompimento de nossos pré-conceitos e pré-conhecimentos, pois nos coloca diante do novo, nos coloca face a face diante do “enigma” e nos leva ao encontro com esse OUTRO e não mais ao nosso desejo de apropriação deste OUTRO.
Olhar pra o OUTRO como enigma, como experiência, como um estranho e desconhecido que não pode ser apropriado, deve ser nosso exercício e desafio de todos os dias na escola. Um desafio muito difícil, pois exige a exposição de nossas fragilidades e o despojamento de nosso sentimento de poder.

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